domingo, 18 de julho de 2021

Por que os Templos foram destruídos?

Pra começar, um breve relato sobre:
O TEMPLO
A unidade do santuário foi, desde o princípio, norma constante da religião de Israel para melhor expressar a unidade do verdadeiro Deus.
Ao Tabernáculo portátil,(veja a descrição geral do Tabernáculo, AQUI) que, depois de ter acompanhado os hebreus em suas peregrinações pelo deserto, foi colocado sucessivamente em Silo, em Nobe, em Gibeom, sucedeu o magnífico Templo construído por Salomão em Jerusalém sobre o monte Moriá, mas que foi destruído sem piedade pelos soldados de Nabucodonosor.
Acabado o exílio, Zorobabel e os judeus que voltaram da Caldéia se esforçaram para levantar das ruínas aquele formoso santuário, mas o edifício que, vencendo mil dificuldades, ergueram no mesmo local do anterior era tão humilde que sua vista arrancava lágrimas de amargura aos que antes do deserto haviam visto o antigo Templo (Ed 3.12).

O rei Herodes, o Grande, cujo incansável ardor arquitetônico assinalamos, teve a ambição de engrandecer e embelezar o segundo Templo para que fosse tão formoso como o de Salomão. Começou a reconstrução no ano décimo oitavo de seu reinado (20-19 a.C.), no princípio com grande atividade. Mas a obra em seu conjunto era tão colossal que só pôde ser terminada muito tempo depois da morte desse rei, sob a administração do governador Albino (62-64 d.C.). Isto explica por que os judeus disseram ao Salvador, no princípio de sua vida pública, que se trabalhava na edificação há quarenta e seis anos (Jo 2.20).
Graças, sobretudo, ao historiador Josefo e à descrição que nos deixou daquele edifício que ele viu com seus próprios olhos, podemos formar uma ideia bastante exata do que tenha sido. Conforme o testemunho de juízes competentes, o Templo era em sua totalidade "uma das concepções arquitetônicas mais esplêndidas do mundo antigo". Sua riqueza e beleza eram proverbiais. Costumava-se dizer: "Quem não viu o 'templo de Herodes' não viu nunca um edifício esplendoroso".
O Templo localizava-se sobre o vale do Cedrom, diante do monte das Oliveiras. Por trás, ficava a cidade construída em anfiteatro sobre as colinas próximas, amplos terraços escalados e rodeados de galerias ou átrios com infinitas colunas, construções de formas diversas, agrupadas com elegância, revestidas de mármore e metais preciosos. Tudo se unia para que o conjunto resultasse em algo harmônico e grandioso, que a vista não se cansava de contemplar.

Por que os templos foram destruídos?(*)

Os nossos sábios ensinaram (Talmud, Iomá 9b) que a destruição do primeiro Templo se deveu a três pecados que o povo cometeu naquela época: idolatria, relações sexuais proibidas e assassinato. Em toda a Terra de Israel não havia lugar que não tivesse sido palco de veneração de ídolos. A destruição só sobreveio depois que sete tribunais supremos sucessivos também incorreram nesse pecado; o povo começou a profanar o Shabat; as crianças largaram os estudos da Torá; abandonou-se a recitação do Shemá de manhã e à noite; e as pessoas perderam a vergonha umas das outras.O segundo Templo foi destruído devido ao ódio injustificado que havia entre as pessoas; a falta de admoestações de uns sobre outros; o desprezo pelos eruditos; a indiferenciação entre o grande e o pequeno; a carência de homens de fé sólida; e por se fazer uso de uma interpretação rigorosa demais da lei da Torá nos julgamentos, rejeitando acordos e concessões entre as partes.

A expulsão da Espanha

Segundo uma tradição antiga, após a destruição do primeiro Templo alguns dos exilados emigraram para a Espanha e estabeleceram ali uma comunidade judaica. Dentre eles havia descendentes da Casa de David, e Dom Isaac Abravanel, o principal líder comunitário na época da expulsão dos judeus da Espanha, concluiu que provinha dessa linhagem.
Após a destruição do segundo Templo e a dispersão dos judeus pela Europa, grande parte dos exilados se estabeleceu na Espanha, e com o tempo a comunidade judaica espanhola acabou se tornando a maior do continente europeu. Muitas coletividades foram fundadas, floresceram e se tornaram grandes em Torá, em sabedoria, em riqueza e prestígio, a ponto da Espanha se tornar o principal centro de judaísmo da diáspora, especialmente após o período dos Gueoním [por volta de 1038], com o fechamento das academias babilônicas de Sura e Pumbedita.
O judaísmo espanhol manteve-se florescente por cerca de 1.400 anos, mas chegou ao fim em 5252 (1492), quando a família real espanhola aderiu aos esforços da igreja católica para erradicar o judaísmo de suas terras.
Os judeus espanhóis foram vítimas de perseguições cruéis muito antes de serem expulsos do país. Vários éditos severos foram promulgados contra eles, fazendo com que centenas de milhares perecessem ou se vissem obrigados a converter-se. Mesmo quem se convertia era torturado de diversas formas, pois os espanhóis desconfiavam da lealdade deles para com a nova religião assumida. As suas riquezas eram saqueadas e eles eram abandonados nas mãos de turbas instigadas pela igreja. Até que em 5252 (1492), no dia 9 de Av, os judeus remanescentes foram expulsos. E assim, os últimos sobreviventes dessa comunidade tão antiga e vibrante –cerca de 300 mil pessoas – deixaram a Espanha.
Os exilados não tinham para onde ir. Empobrecidos e alquebrados por toda a aflição e opressão que precedeu a expulsão, cheios de medo e incerteza quanto ao que o futuro lhes reservava, sem saber onde conseguiriam um lugar para descansar, eles levantaram os olhos para o céu, orando para que Deus agisse com misericórdia sobre o que restara de Seu povo. Eles condenaram a terra e as pessoas que os torturaram e os saquearam: “Maldito seja esse povo e amaldiçoada seja essa terra! Nós nunca voltaremos a ela nem buscaremos o seu bem-estar!” (*Este texto é parte de um artigo publicado originalmente por Sêfer On-Line - Editado aqui por Costumes Bíblicos)

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Filipenses 1:9-11

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