sábado, 17 de fevereiro de 2018

Qual é o significado da palavra encarnação?

Qual o significado da palavra encarnação?
Aqui, podemos ser auxiliados pelas definições de diversos teólogos:
A palavra encarnação significa em carne e denota o ato pelo qual o eterno Filho de Deus tomou para si mesmo uma natureza adicional, a humanidade, por meio do nascimento virginal. (Leia sobre o nascimento virginal AQUI) O resultado disso é que Cristo será para sempre a divindade imaculada, tendo-o sido desde a eternidade passada; entretanto Ele [também] possui eternamente uma humanidade verdadeira e impecável em uma só Pessoa (Jo 1.14; Fp 2.7,8; 1Tm 3.16).
O nascimento virginal foi o meio pelo qual a encarnação aconteceu, garantindo assim a impecabilidade do Filho de Deus. (ENNS, Paul. Moody Handbook of Theology.p.222).
No contexto da teologia cristã, o ato pelo qual o eterno Filho de Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, sem jamais cessar de ser o que Ele é, o Deus Filho, tomou em união consigo mesmo o que antes deste ato Ele não possuía, [a saber] uma natureza humana, "e portanto [Ele] era e continua sendo Deus e homem em duas naturezas distintas, em uma só Pessoa, para sempre". (Westminster Shorter Catechism.Q.21). O respaldo bíblico para esta doutrina é amplo, por exemplo, Jo 1.14; Rm 1.3; 8.3; Gl 4.4; Fp 2.7,8; 1Tm 3.16; 1Jo 4.2; 2Jo 1.7 (Evangelical Dictionary of Theology. Grand Rapids. MI: Baker, 1984.p.555; também Ef 2.15; Cl 1.21,22; 1Pe 3.18; 4.1).
Isso refere-se ao eterno Filho de Deus sendo encarnado como Jesus de Nazaré. Refere-se ao momento em que, no instante mais sublime da história humana, Deus Filho tornou-se homem por intermédio da virgem Maria e viveu aproximadamente 33 anos na Palestina (Veja mais aqui: COMO ERA A PESSOA DE JESUS CRISTO). Foi então que Deus (mais precisamente, por meio do Filho) armou Sua tenda entre nós (Jo 1.14); quando Cristo não considerou a igualdade com Deus como algo a ser retido, mas humilhou-se a si mesmo, tomando a forma de um servo, e tornando-se obediente até a morte em uma infame  cruz romana (Fp 2.5-8).
Naquilo que C.H.Dodd chamou de tempos ainda por vir do Antigo Testamento, Deus falou-nos de diversas maneiras por meio de profetas, sacerdotes e reis; e, nestes últimos dias, na última era salvífica, Deus falou-nos por intermédio do Seu Filho unigênito e eternamente gerado (Jo 1.18; Hb 1.1).
A encarnação significa que Deus não estava satisfeito em simplesmente ter bons pensamentos sobre nós, ou em ajudar-nos enquanto se mantinha a uma distância segura de nós. Isso significa que Deus nos visitou para nossa salvação - Aleluia - "em nossa situação miserável", como expressou o antigo Atanásio. (Beacon Dictionary fo Theology. Kansas City: Beacon Hill, 1983.p.279).
A encarnação, portanto, envolve esse extraordinário ato divino pelo qual o Filho de Deus onipresente, onipotente e onisciente concordou em envolver de carne e osso Seu ser eterno e invisível e tomar sobre si mesmo uma natureza humana; tornando-se assim uma ponte de carne entre o Deus Soberano e o homem pecador. Em suma, a encarnação tornou-se a porta por meio da qual a divindade entraria na casa da humanidade!
Eugene Peterson habilmente traduz João 1.14 da seguinte forma: A Palavra tornou-se carne e sangue, e veio viver perto de nós (Bíblia A Mensagem).
Há mais de dois mil  em Belém, quando Deus se tornou homem, Sua nova natureza tornou-se permanente a partir daquele momento.Jesus jamais cessará de ser conhecido como o Deus-homem e será eternamente conhecido pelas cicatrizes que recebeu na cruz do Calvário! Isso se chama a perpetuidade da encarnação. Essa crença é corroborada por diversas passagens.
  1. Ele foi reconhecido por essas cicatrizes depois da Sua ressurreição (Jo 20.24-27).
  2. Ele é reconhecido por essas cicatrizes hoje no céu (Ap 5.6).
  3. E será reconhecido por essas cicatrizes na Sua segunda vinda (Zc 12.10; Ap 1.7).
Jesus Cristo tornou-se oficialmente o Filho de Deus na encarnação?
NÃO!
Os relacionamentos da Trindade sempre existiram, desde a eternidade passada.
Desde Gênesis 1, Deus é retratado como estando em um relacionamento. Encontramos uma indicação disso quando Deus diz façamos o homem à nossa imagem. Tratava-se do Deus Criador conversando com o Deus Filho com a intenção de criar Adão e Eva à imagem de Deus (plural). O que isso implica é que existe uma pluralidade na divindade a qual é refletida nas primeiras declarações das Escrituras inspiradas. Nós só pudemos compreender isso plenamente quando Jesus veio a terra e ensinou-nos a respeito do Seu Pai celestial que o havia enviado e, mais tarde, de outro Consolador a quem Ele havia de enviar, o Espírito Santo (Jo 14.16). Jamais houve um tempo em que o Pai existia sozinho sem o Filho ou o Espírito. O Filho é eternamente gerado, e o Espírito emana eternamente do Pai e do Filho. Em termos humanos, a [palavra] filiação denota duas ideias temporais: relacionamento e origem. Em relação à Trindade, [o conceito de] filiação implica um relacionamento eterno eternamente originado em Deus Pai.
Lewis Chafer concorda com essa análise:
É evidente que o relacionamento entre Pai e Filho expressa apenas as características de emanação e manifestação, sem incluir os conceitos habituais de derivação, inferioridade ou distinção no tocante ao princípio.
É provável que os termos Pai e Filho, tais como aplicados à primeira e à segunda Pessoa da divindade, tenham um caráter um tanto antropomórfico. O relacionamento sublime e eterno que sempre existiu entre essas duas Pessoas é melhor expressado ao entendimento humano em termos de Pai e Filho, mas sem qualquer implicação de que as duas Pessoas não sejam divinas em todas as particularidades do termo. (Systematic Theology. 1v.p.313-315).
Quando e onde o milagre da encarnação aconteceu?
A consideração positiva:
Ela ocorreu em Nazaré na ocasião do anúncio de Gabriel (Lc 1.35).
Em outras palavras, o milagre da encarnação foi a concepção sobrenatural do corpo de Jesus dentro do ventre de Maria sem o auxílio de um pai humano!
A consideração negativa:
Ela não ocorreu em Belém no momento do nascimento de Jesus. Pelo contrário, já que, se um médico estivesse presente durante o nascimento de Jesus (mas sem conhecer o histórico do evento), ele não teria encontrado nada incomum no parto em si.
O que significa o termo união hipostática?
A expressão união hipostática vem de um termo grego que significa "subsistência", referindo-se às naturezas divina e humana de Jesus. Basicamente, trata-se de uma verdade teológica que afirma que Jesus Cristo, desde a Sua encarnação, passou a ser, continua e para sempre será 100% Deus e 100% homem, 100% do tempo!

Amém!
Até a próxima
Fica na Paz!

sábado, 30 de dezembro de 2017

O que é maturidade espiritual?

O autor de Hebreus estava preocupado com a imaturidade espiritual de seu público. Ele queria dar àqueles irmãos um verdadeiro sustento espiritual, mas eles estavam agindo como bebês espirituais que necessitavam de alimentação básica, em vez de profundos ensinamentos; e não estavam atentos à Palavra de Deus. Eles foram cristãos o tempo suficiente para ensinarem outros, mas a sua crescente insensibilidade havia lhes deixado espiritualmente desinteressados. Eles não tinham maturidade para discernir a diferença básica entre o certo e o errado.
Por essa razão, o autor desafiou-os a amadurecer para que ele pudesse apresentá-los as verdades mais profundas acerca da fé (Hb 6.1-3). Assim como em outras partes do Novo Testamento, maturidade em Hebreus tem a ver com a capacidade de discernir a verdade espiritual (1Co 2.6). Os cristãos são exortados a ser maduros em seu pensamento (1Co 14.20). O Copro de Cristo amadurece mediante a capacitação dos cristãos e o conhecimento do Filho de Deus (Ef 4.11-16). O resultado é uma comunidade de fé unida em que o amor e a verdade edificam o Corpo de Cristo.
A maturidade espiritual não vem automaticamente com o tempo, mas com atenção à Palavra de Deus, pondo-a em prática em comunhão com o Senhor dia após dia e com a comunidade da qual se faz parte. E se temos uma comunidade! Caso não tenhamos uma comunidade pela qual é exposta, aos seus membros, todas as Verdade de Deus, busquemos uma vida de união com Cristo baseada em uma comunhão plena através da busca incessante do alimento supridor contido nas Escrituras Sagradas!

Estudando Hebreus 6.7,8
O escritor de Hebreus faz uma analogia à agricultura para explicar algo simples. Quando deus planta e cultiva o evangelho na sua vida e no seu coração, irá produzir maturidade espiritual. Mas, tentações ameaçam contaminar a plantação. Se o campo produzir somente essas ervas daninhas, as irão perder-se, e o campo ficará arruinado.
A vida de um cristão improdutivo cai na condenação de Deus. Você foi regado pela graça do Senhor com um claro e abundante ensinamento e pregação. Que desculpa você poderia dar para ter uma inútil e improdutível vida?
Alimente-se da Verdade de Deus em sua vida para que dê bons frutos. Não se acomode, nem espere só por pregações ou ensinamentos de outros! Busque amadurecer, se alimentando, também, individualmente; principalmente analisando, examinando as Escrituras, isso entre você e o Senhor! Isso envolve remover ervas daninhas de pecado antes que se enraízem e dominem sua vida. Mas, o campo não deve ser simplesmente livre de ervas daninhas; deve ser repleto de boas obras em crescimento. Isso inclui orações, jejuns, louvor espiritual, individualmente. Ninguém mais que você sabe a hora em que seu corpo físico precisa de um alimento mais consistente; assim também é a vida espiritual. Somente você, unido ao Senhor, Autor da vida, poderá proporcionar esse amadurecimento. Não vem de fora, do exterior para o interior. Vem de dentro da sua alma e observado pelo Pai das luzes, Soberano e Senhor. Como a jardinagem, a produtividade de sua vida é um empreendimento cooperativo envolvendo você e Deus.
Precisamos buscar ser CRENTE:
  • Eleito: 1Pe 1.1.
  • Gerado: 1Pe 1.3.
  • Guardado: 1Pe 1.5.
  • Contristado: 1Pe 1.6.
  • Provado: 1Pe 1.9.
  • Santificado: 1Pe 1.18.
  • Resgatado: 1Pe 1.18.
  • Purificado: 1Pe 1.22.

Existem oportunidades para você substituir o pecado com boas obras?
Existem oportunidades para você substituir seu egoísmo e soberba com o desejo de agradar e obedecer ao Senhor?
Não basta crescer!
É necessário, amadurecer!
Pensemos nisso!
Até à próxima!
Fica na paz!

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sábado, 23 de setembro de 2017

O QUE É CONVERSÃO?

A palavra conversão (shub no hebraico; epistrophe no grego) é encontrada 14 vezes na Bíblia (veja Sl 19.7; 51.13; Is 1.27; 6.10; Mt 13.15; 18.3; Mc 4.12; Lc 22.32; Jo 12.40; At 3.19; 15.3; 28.27; Tg 5.19,20). Essencialmente, tanto os significados em hebraico como em grego referem-se a uma conversão dupla por parte de um indivíduo. Uma delas está relacionada ao arrependimento (um desviar-se de), e a outra à fé (um voltar-se para).
A. Arrependimento (grego metanoia).
O que o arrependimento não é.
a) Ele não é uma reforma, aquele ato pelo qual a pessoas vira uma nova página. O problema de se tentar fazer isso (como muitas pessoas fazem no dia de Ano Novo) é que todas as páginas antigas na vida da pessoa continuam sujas e manchadas.
b) Ele não é remorso, aquele ato pelo qual a pessoa se consterna pelo fruto do próprio crime, mas não pela raiz.
Aqui, temos dois exemplos bíblicos:
(1) Esaú (Hb 12.17; para entender todo esse contexto, leia Gênesis 27).
(2) Judas (Mt 27.5).
c) Ele não é penitência, aquele ato pelo qual a pessoa tenta compensar os próprios pecados com boas obras.
O que o arrependimento é.
Ele é uma mudança de ideia voluntária e sincera por parte do pecador, o que o leva a desviar-se do seu pecado. Observe que estamos falando de pecado e não de pecados. O verdadeiro arrependimento envolve desviar-se de um pecado específico, [a saber], a rejeição anterior a Cristo. Jesus especificou isso muito claramente para nós (Jo 16.7-11).
O principal interesse de Deus não é convencer um pecador a deixar de fumar, falar palavrão, berber e praticar o sexo ilícito, por piores que sejam esses pecados, já que isso não o salvará. O grande pecado que eventualmente condenará o pecador por toda a eternidade é a rejeição a Jesus Cristo. O arrependimento, portanto, trata-se de um desviar-se do terrível crime de desprezar o sacrifício do Senhor Jesus Cristo no Calvário.
a) Conforme expressado pelo ministério de João Batista (Mt 3.2,8).
b) Conforme expressado pelo ministério de Jesus (Mt 9.13; Lc 13.5; 15.7; 24.47).
c) Conforme expressado pelo ministério de Pedro (At 2.38; 3.19).
d) Conforme expressado pelo ministério de Paulo (At 17.30; 26.20).
B. Fé.
O que ela não é.
a) Ela não é um pulo cego no escuro.
b) Ela não é uma suposição.
c) Ela não é uma especulação.
d) Ela não é uma opinião ou hipótese.
O que ela é.
A fé é uma mudança de ideia voluntária e sincera por parte do pecador, o que o leva a voltar-se para o Salvador.
Quando ela ocorre.
Ela ocorre no instante em que um pecador envolve tanto a sua cabeça como o seu coração no que se refere às asserções de Cristo. Não é suficiente possuir apenas um conhecimento intelectual do evangelho. A fé bíblica demanda tanto o conhecimento mental como a aceitação do coração (Mt 7.26; At 26.27,28; Tg 2.19).
Como ela é produzida. (Rm 10.17).
Aqui, Paulo está dizendo que a fé vem pelo ouvir a mensagem, e a mensagem vem por meio da pregação de Cristo
Por que ela é necessária (Hb 11.6).
a) O pecador é salvo pela fé (Rm 5.1; Ef 2.8,9).
b) O santo é santificado (cresce na graça) pela fé.
Portanto, pela fé:
1. Vivemos (Rm 1.17).
2. Estamos de pé (2Co 1.24).
3. Andamos (2Co 5.7).
4. Combatemos (1Tm 6.12 ARA).
5. Vencemos (1Jo 5.4).
A moeda da conversão tem dois lados. O arrependimento é desviar-se do pecado, e a fé é voltar-se para Cristo. Paulo inclui ambos os conceitos durante sua mensagem de despedida aos anciãos de Éfeso (At 20.21).

Até à próxima!
Fica na paz!

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